2º Aniversário UCCIC

30 dias podem fazer toda a diferença na recuperação da autonomia individual e social dos utentes

Cuidados Continuados Integrados de Convalescença, em Viseu com Qualidade Máxima

Falar de Cuidados Continuados é trazer para a ordem do dia os fundamentos para a constituição de uma Rede que veio alterar muito do paradigma em torno de duas palavras estruturantes “Autonomia” e “Reabilitação”, uma mudança cultural na sociedade que remetia exclusivamente para o sistema (de Saúde, essencialmente) uma responsabilidade que passou a ser partilhada com a estrutura de apoio familiar e/ou social do utente em causa. Esta realidade surge em 2006 aquando da criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, numa parceria objectiva gerida pelas duas tutelas, Ministério da Saúde e da Segurança Social, com o desígnio constituir um conjunto de respostas contratualizadas com entidades públicas e privadas que garantissem um “conjunto de intervenções sequenciais de saúde e ou de apoio social, decorrente de avaliação conjunta, centrados na recuperação global entendida como o processo terapêutico e de apoio social, activo e contínuo, que visa promover a autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência, através da reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social” (vide Decreto-Lei 101/2006 no Anexo I).

Os referenciais para o exercício profissional das Equipas Multidisciplinares nestas Unidades estão perfeitamente definidos nos suportes legais e formais da Rede, pelo que não é difícil percebermos a força que tem uma perspetiva holística e integradora da Pessoa que, numa determinada fase da sua vida, estrutural ou contextual, está numa situação de dependência e de perda da(s) sua(s) autonomia, física, social e/ou profissional. Cuidados Continuados Integrados são os cuidados de convalescença, recuperação e reintegração de doentes crónicos e pessoas em situação de dependência. Estas intervenções integradas de saúde e apoio social visam a recuperação global, promovendo a autonomia e melhorando a funcionalidade da pessoa dependente, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social. No caso de uma Unidade de Convalescença, unidade esta de internamento integrada num hospital de agudos ou noutra instituição articulada com um hospital de agudos, o utente sabe que terá supervisão clínica, continuada e integrada para a sua reabilitação, num período previsivelmente de 30 dias consecutivos de trabalho e compromisso com toda uma equipa multidisciplinar focada na recuperação da autonomia do utente.

Completam-se nesta data dois anos de funcionamento pleno da Unidade de Cuidados os Continuados Integrados de Convalescença da Casa de Saúde São Mateus Hospital (UCCIC.CSSMH). Um serviço disponível para 25 utentes numa contratualização atestada a 15 de Janeiro de 2019 com a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI),no âmbito do Decreto-Lei nº. 101/2006, de 6 de julho, da Portaria nº174/2014, de 10 de setembro, revogada pela portaria nº50/2017, de 2 de fevereiro e portaria nº11/2019 de 14 de janeiro e do Acordo de Cooperação estabelecido com a Administração Regional de Saúde do Centro, IP (ARS)

O processo de recuperação e reabilitação dos utentes internados na Unidade é garantido por uma equipa multidisciplinar que assegura a globalidade dos cuidados de saúde, tendo em conta as especificidades/necessidades de cada utente, nomeadamente: – Cuidados médicos; – Cuidados de enfermagem; – Cuidados de fisiatria, fisioterapia, terapia ocupacional e da fala; – Exames complementares de diagnóstico, laboratoriais e radiológicos, próprios ou sub contratados; – Apoio psicossocial; – Animação sociocultural; – entre os demais serviços e atividades necessários ao funcionamento da (UCCIC.CSSMH).

A Casa de Saúde São Mateus Hospital cumpre no seu perfil de actuação identitário, o posicionamento como Hospital de referência da região, o que também na resposta que dá a utentes da Unidade de Convalescença se confirma, já que, nesta contratualização de cuidados de saúde com o SNS é dada resposta a utentes de Viseu, Coimbra e Guarda. A referenciação tem sido feita, maioritariamente por três entidades de saúde, designadamente, pelo Centro Hospital Tondela Viseu, pela ULS Guarda – Hospital Sousa Martins e também pelo Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.

“Todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover” (art. 64º da Constituição da República Portuguesa), mas não esqueçamos que se a saúde é parte integrante do sujeito, a doença é muitas vezes auto-interpretada através do conhecimento percepcionado   pelos meios de comunicação, pelas tradições, pelo meio social onde está inserido.

Todavia, quando um indivíduo se encontra condicionado por um estado de doença (crónico ou aguda) e recorre aos serviços de saúde, vê-se despejado de todo o seu saber e, em regra, entrega-se aos cuidados e aos conhecimentos técnicos dos profissionais de saúde. A população idosa, maioritariamente expressiva na rede dos cuidados continuados integrados, só conseguirá maior taxa de sucesso neste processo, quanto mais dedicadas estiverem as Equipas de Profissionais à persecução do Direito Constitucional à Saúde em equilíbrio com os Valores Fundamentais da Humanidade.

A Direção CSSMH