
Um por todos e todos por um…
Apoie o Aleitamento Materno, por um planeta mais saudável
Todos os anos, a primeira semana de agosto é dedicada à especial promoção do aleitamento materno no âmbito da Semana Mundial do Aleitamento Materno.
Este ano a temática central escolhida pela WABA (World Alliance for Breastfeeding Action) foi o impacto que a alimentação infantil tem no meio ambiente e nas alterações climáticas.
Habitualmente, nas iniciativas de promoção do aleitamento materno, debatem-se as múltiplas vantagens de amamentar. Por isso, hoje optámos por apresentar o aleitamento materno de outro ponto de vista… do ponto de vista de uma mãe… a Mãe Terra…
As mudanças climáticas e a degradação ambiental são alguns dos desafios mais urgentes que o mundo enfrenta. Veja-se o exemplo das emissões de gases com efeito de estufa que contribuíram para o aumento da temperatura global em mais de 1ºC desde a era pré-industrial.
Muito recentemente pudemos verificar o impacto das nossas ações no meio ambiente, através das medidas impostas perante outro desafio urgente, a pandemia da COVID-19. Foi notória a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa durante o período de maior confinamento. E, se há coisa que esta pandemia nos tem ensinado, é que o comportamento de uns afeta os outros… e que é essencial uma resposta coordenada e imediata. Todos podemos fazer alguma coisa para reduzir a nossa pegada de carbono e pegada ecológica, começando pela forma como alimentamos os nossos bebés…
Sistemas alimentares sustentáveis incluem a amamentação. Ora vejamos, a produção de alimentos é responsável por cerca de 26% das emissões de gases com efeito de estufa. Cada passo que se dê para mitigar esta produção é essencial e, como o leite materno é o primeiro alimento que consumimos, é um fator crítico para um sistema alimentar sustentável!
A amamentação é um excelente exemplo das profundas conexões entre a saúde humana e a natureza. O leite materno é um alimento natural e renovável, ambientalmente seguro e ecológico, porque é produzido e entregue ao consumidor com o mínimo de poluição, embalagem ou desperdício.
A alimentação com susbtitutos do leite materno afeta o ambiente devido aos seus métodos de produção, embalagem, distribuição e preparação. Por outro lado, a produção de leite materno apenas requer que a mãe consuma alguns alimentos adicionais (apenas cerca de 500Kcal extra), portanto, usando menos recursos naturais e resultando em quase nenhum desperdício.
A comparação da pegada de carbono entre a amamentação e a alimentação com leite artificial é complexa. No entanto, dados apontam para que a pegada de carbono associada à amamentação seja 40 a 53% inferior do que a associada à produção e consumo de substitutos do leite materno. As diferenças de percentagem refletem sobretudo as diferenças dos métodos de produção do leite artificial e das dietas das mães que amamentam nos respetivos países estudados. Os cálculos tiveram, inclusivamente, em conta os gastos com as esterilizações dos biberões.
Lamentavelmente, apenas cerca de 40% de todos os bebés são amamentados em exclusivo até aos seis meses de idade e, destes, apenas 45% continuam a ser amamentados até aos dois anos. Estes números devem-se a um sem número de razões. Porém, um dos mais marcantes é a falta de apoio perante algumas dificuldades. Tantas vezes, a resposta oferecida é tão e somente oferecer um biberão…
Por isso, caso tenha dúvidas ou esteja perante alguma dificuldade, não hesite em procurar ajuda!

Dr.ª Inês Santos
Médica Pediatra
Coordenadora da Unidade de Pediatria CSSMH
Consultora de Lactação Certificada pelo IBLCE

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