Chocolate e Felicidade?
Na medida certa, sim é possível!
“Theobroma cacao”: o fruto do cacaueiro, que significa, em grego, alimento dos deuses. Após a colheita dos frutos, as sementes são submetidas a fermentação e oxidação para se desenvolver o aroma conhecido do cacau. Segue-se a secagem, para reduzir o teor de água. As sementes são depois processadas industrialmente.
O cacau terá sido trazido para a Europa na época dos descobrimentos, mas a sua origem terá sido 1.500 antes de Cristo. Nas civilizações pré-colombianas, era consumido sob a forma de bebida a que se adicionava piripíri e baunilha. Na europa, a adesão a este alimento não foi imediatamente interessante devido ao sabor amargo. Terão sido os espanhóis a adicionar-lhe açúcar, tornando-o mais apetecível.
O cacau do chocolate apresenta benefícios para a saúde?
O chocolate é constituído por diversas substâncias químicas:
O triptofano, que induz a produção de serotonina, a anandamida e a feniletilamina, apresentam efeitos relaxantes, produzindo sensação de bem-estar- a tal associação à sensação de felicidade! ; a teobromina, um alcalóide diurético, vasodilatador e estimulante cardíaco, com um efeito similar à cafeína. Contém também cafeína, mas em quantidades muito pequenas. Os seus flavonoides (polifenóis) têm um papel na redução da pressão arterial e do risco cardiovascular. O magnésio que também está na sua composição tem um papel importante na saúde óssea, neuromuscular e no metabolismo.
Vários estudos têm demonstrado um efeito interessante da ingestão de cacau na redução do colesterol LDL (“mau colesterol”, quando elevado) e aumento do colesterol HDL (protetor). No entanto, o consumo frequente em quantidade, de chocolate pobre em cacau e rico em açúcar e gordura, pode contribuir para o aumento do Colesterol menos bom.
É importante lembrar!
O Chocolate como conhecemos não é apenas cacau. O cacau é naturalmente amargo, sendo que para a produção de chocolate é-lhe adicionado açúcar e outros ingredientes tal como leite ou frutos secos. Para ser considerado chocolate, o produto deverá conter no mínimo 25% de cacau, contendo o chocolate negro um mínimo de 70%.
O conhecido chocolate de leite contém apenas cerca de 30% de cacau, sendo os restantes 70%, açúcar, manteiga de cacau, leite, soro lácteo, emulsionante e aromas. Neste, a quantidade de cacau será muito reduzida e elevada em açúcar e gordura, o que não é vantajoso, inclusivamente pelo seu teor calórico.
Por este motivo deveremos preferir aqueles cuja lista de ingredientes se inicie com o cacau, com sólidos de cacau ou cacau magro e não com o açúcar.
Chocolate com mais de 70% de cacau poderá ser uma alternativa nutricionalmente mais interessante pois contém elevada percentagem de cacau e mais baixa de açúcar e gordura, bem como maior concentração das substâncias químicas já referidas, com benefícios para a saúde.
Então, pode incluir-se o chocolate na alimentação?
Embora se transmita a ideia de que o chocolate faz mal, a ingestão de cacau sob a forma de chocolate, em quantidades reduzidas (mesmo quando se trata de chocolate preto), poderá ter benefícios para saúde e sensação de bem-estar. Pessoas com doença cardiovascular, gastrointestinal, Diabetes Mellitus ou que se encontram em processo de gestão de peso deverão aconselhar-se com o médico e nutricionista quanto ao seu consumo.
Drª Luísa Ferreira
Nutricionista (23423N)
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