Dia Internacional da Família, dia de se festejar!
A Família, uma das instituições mais antigas, que serve de pilar de sustentação para todos nós, onde tudo começa, onde aprendemos a ser acolhidos, aprendemos a conviver, a interagir e onde somos preparados para crescer e enfrentar desafios e oportunidades, para que cada um seja capaz de delinear o seu projeto individual, no futuro.
Em 1994 foi celebrado pela primeira vez, no dia 15 de Maio, o dia Internacional da Família, data escolhida pela Assembleia Geral da ONU, que destacou como principais objetivos:
– A necessidade de reforçar a mensagem de união, amor, respeito e compreensão necessárias para o bom relacionamento de todos os elementos que compõem a família;
– Ressaltar a importância da família na estrutura do núcleo familiar e na educação infantil;
– Salientar a atenção do papel da família como núcleo vital da sociedade, com direitos e responsabilidades.
Atualmente, a poucos anos de se completarem trinta anos de comemorações, surge uma ameaça invisível, mas com grande capacidade de propagação e de causar grande impacto na saúde física e mental de todos nós. Esta dura realidade veio pôr à prova os nossos alicerces e a forma de encarar o dia-a-dia.
Desde Março, a sociedade vive em isolamento social, teletrabalho, com escolas fechadas e divulgação diária de notícias nada animadoras do cenário a nível nacional e internacional.
Claro está que isto traz consequências no bem-estar, e o equilíbrio familiar ficou abalado, com dinâmicas totalmente alteradas, diferentes actividades, horários, medos e angústias, separação de membros da família, exigente gestão doméstica e necessidade de reaprender e ajustar o desempenho de papéis ocupacionais. Uma lista infindável de modificações que se tornaram ponto assente em muitas famílias.
Ao falar do termo família, poderemos ir mais além da união por laços de sangue, e incluir aqui os amigos chegados: os “irmãos de coração” e também grupo de pessoas que dividem espaço, valores e missão a alcançar, como sendo as equipas de profissionais de várias áreas, sem as quais a sociedade não seria igual.
Temos assistido a homenagens, bem merecidas, a muitos trabalhadores, ainda mais porque enquanto desempenham os seus papéis profissionais, estão também a ter que lidar com a exigência de se proteger e de conciliar com o papel de membro da sua família.
Não fará então sentido enchermo-nos de orgulho, pensamento positivo e mesmo que à distância, possamos Festejar em Família, o facto de todos sermos heróis?
Este período desafiante exigiu capacidade de adaptação, necessidade de reforçar a comunicação interpessoal, criação de novas rotinas, desafios na gestão do tempo e do stress, capacidade de priorizar e de dedicar tempo a períodos de auto-reflexão.
Certamente houve momentos de grande tensão, dificuldades em ter situações sobre controlo, mas usando as ferramentas que estão na base do “nascimento” de uma família: amor, união e respeito, surgiram os momentos de reorganização, com algumas dúvidas e cansaço à mistura, sem dúvida, mas a sensação de dever cumprido prevalecerá.
Enquanto se espera pela chegada do dia em que se poderá respirar de alívio e ver ultrapassada esta crise pandémica, temos ao nosso dispor as novas tecnologias, que nos aproximam, o recurso à imaginação, substituir o toque pelas palavras e pelo olhar ricos em afetos, e assim reforçar os laços que jamais serão quebrados.
Dia 15 de Maio, será um bom dia para ESTAR EM FAMÍLIA, através das redes sociais, através da visualização de álbuns de fotografias, realizar e partilhar dedicatórias, deixando a veia artística vir ao de cima (escrita, desenho/pintura, dança, canto, representação), que ficarão para sempre na recordação de quem fez e de quem recebeu, confeccionar bolachas e ir entregá-los à porta dos familiares mais próximos, conjugando assim a proximidade (desde que com distanciamento de segurança) e o reforço de sensações gostosas, que nos fazem lembrar o prazer que eram as festas em família, com comida e muita animação.
Há que retirar os aspetos positivos deste período e sentirmo-nos merecedores de diariamente tentar alcançar mais qualidade de vida, começando por algo simples, como o dedicar tempo a conversas em redor da mesa, permitirmo-nos a ser crianças independentemente da idade, já que brincar é um ato libertador e prazeroso, dar risadas e vivenciar experiências novas ativa o nosso cérebro e faz-nos sentir com coragem para enfrentar adversidades.
O ano 2020 jamais será esquecido, então porque não brindarmos?
Há que cuidar da nossa saúde emocional, enaltecendo os esforços, reconhecer as emoções vividas e sentimentos partilhados, de quem viveu na era do “querer abraçar mas dever de proteger”.
Dr.ª Patrícia Teixeira
Terapeuta Ocupacional
Profissional CSSMH – Unidade de Pediatria
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