Dia Mundial da Alegria

A Alegria é uma das emoções básicas do Ser Humano, que ao longo dos tempos tem sido manifestada com cada vez menos frequência. Vivemos numa sociedade mergulhada na correria diária, em piloto automático, em busca de uma falsa sensação de felicidade com as recompensas imediatas e na maioria das vezes materiais. É como se a Vida passasse por nós e não como supostamente deveria ser: sermos nós a passar pela Vida, vivendo-a intensamente!

Faça este exercício comigo: quando no fim de um dia se senta e reflecte acerca do seu dia, o que acontece? Do que se lembra realmente? Provavelmente está a pensar naqueles momentos menos bons do seu dia, mesmo que tenha sido só um… uma discussão no trabalho, um furo no pneu, um telefonema menos bom que lhe trouxe mais um problema para resolver. Muitas vezes em consulta ouço isso mesmo: “Sinto-me tão bem! Os meus dias têm sido tão cheios de alegria, mas depois penso logo que algo de mal está para acontecer…”
O nosso cérebro tem essa particularidade, é-lhe quase inato pensar dessa forma, porque foi assim que fomos ensinados, como se não fossemos realmente merecedores de ter alegria nos nossos dias. Mas deixe-me dizer-lhe que isso não é assim!

Claro que temos de experienciar tristeza, preocupação, sofrimento… só assim valorizamos realmente a alegria e a felicidade. E esta não é um objetivo a ser atingido “no fim”, nada disso! Podemos ter esse sentimento todos os dias e expressá-lo e ensinar os mais novos a fazer o mesmo: a expressar o que sentem, sem receio. Não há emoções certas ou erradas, há simplesmente emoções e todos, mesmo todos as temos.

Assim, neste Dia Mundial da Alegria quero partilhar consigo um pequeno desafio que proponho muitas vezes nas minhas consultas e que eu mesma faço: no fim de cada dia, tire 5 minutos para si e pense e escreva o que de melhor aconteceu nesse dia. Vamos focar-nos nas pequenas alegrias ou mesmo nas grandes, mas vamos dar-lhes, de uma vez por todas, voz. Vamos relembrar aquele sorriso terno de quem ama, a gargalhada dos filhotes, a conversa com os familiares que já não vê nem abraça há algum tempo, os momentos com os amigos… vamos viver o Presente, o Aqui e o Agora e guardar todos os momentos de alegria, mesmo que esta nossa nova realidade pareça enevoada, cinzenta e que ameace uma nova trovoada. Não se esqueça que não há arco-íris sem chuva e que só assim o apreciamos verdadeiramente!

Drª. Ana Filipa Matança - Psicologia

Dr.ª Filipa Matança

Psicóloga
Profissional CSSMH