Dia Mundial da Audição
A deteção precoce de uma alteração auditiva, independentemente da idade, permite minimizar o seu impacto na qualidade de vida da pessoa.
A audição é essencial nas nossas vidas, uma vez que contribui para um desenvolvimento biopsicossocial adequado, assumindo um papel fundamental na comunicação humana.
A perda de audição é um dos principais problemas de saúde pública na nossa população. Estudos indicam que 25% das crianças em idade escolar apresentam doenças da audição. A prevalência em idade adulta é ainda maior, estimando-se que 50% na população idosa apresente perda auditiva, com manifestações, mais ou menos evidentes, a partir dos 40-50 anos de idade.
Na população infantil as doenças auditivas apresentam como causas mais comuns alterações genéticas, infeções do ouvido médio e presença de cerúmen no canal auditivo externo. Uma perda auditiva na infância, ainda que ligeira, poderá impactar e comprometer o desenvolvimento das capacidades de comunicação, linguagem e fala, bem como o processo de aprendizagem escolar. Estes fatores podem promover, ainda, isolamento social e baixa autoestima. A maioria dos casos de perda auditiva em idade escolar é evitável através de tratamento médico e a deteção precoce pode ajudar a minimizar as suas consequências.
Não é só nas crianças que as dificuldades auditivas podem trazer diversas consequências para a saúde, e bem-estar emocional e psicológico. Na população adulta, sobretudo na terceira idade, o isolamento social é uma consequência da perda auditiva e ocorre quando as pessoas já não conseguem acompanhar conversas. Atualmente, há pesquisas científicas que demonstram que o isolamento resultante de perda auditiva promove o declínio cognitivo (p.e.: perda de memória, diminuição da capacidade de concentração e diminuição da capacidade de resolução de problemas) e até mesmo mudanças de personalidade. Raiva, negação, fadiga e depressão, estão amplamente ligados a perda de audição.
É importante salientar que a idade não é um fator limitativo para a identificação e tratamento da perda de audição! Atualmente é possível fazer o tratamento, cirúrgico ou não, em pessoas de todas as faixas etárias, seja no seu primeiro ano de vida ou após os 90 anos.
Uma avaliação adequada e precisa, realizada por Otorrinolaringologistas e Audiologistas, é imprescindível para a indicação do tratamento mais adequado.
Prof. Dr. Guilherme Carvalho
Médico Especialista em Otorrinolaringologia – Unidade de Otorrinolaringologia CSSMH
Ana Lúcia Pereira
Audiologista – Unidade de Otorrinolaringologia CSSMH
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