Dia Mundial da Terapia Ocupacional

Os benefícios, apresentados pelas nossas Terapeutas Ocupacionais

Sabia que… a 27 de outubro se assinala o Dia Mundial da Terapia Ocupacional?

“Terapia Ocupacional?! O que é isso? Técnicos para ocupar as pessoas? Ocupação de tempos livres?”

A verdade é que, embora seja uma profissão com mais de 100 anos de história (teve o seu início nos EUA em 1917), a Terapia Ocupacional é ainda desconhecida para a maioria das famílias portuguesas.

O que é afinal a Terapia Ocupacional?

A Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde que tem como principal objetivo capacitar a pessoa para a ocupação, e assim promover autonomia, bem-estar e qualidade de vida.

Para isso, tem em conta o desempenho e o envolvimento de cada pessoa nas ocupações que considere mais significativas, avaliando e intervindo ao nível de três dimensões: a pessoa, a ocupação e o ambiente. Exemplo destas ocupações são as atividades da vida diária desde alimentação aos autocuidados, o emprego ou as atividades de lazer.

A população alvo varia desde os recém nascidos até aos idosos, ou seja   Terapeuta Ocupacional atua em diversas áreas como a saúde mental, a reabilitação física, a pediatria, a geriatria, entre outras.

No processo de avaliação e intervenção  recorre-se a atividades que vão ao  encontro dos papéis e interesses da pessoa, com objetivo de reabilitar para a a função, melhorar competências afetadas e também proporcionar melhorias no desempenho perante as exigências do quotidiano.

Na Casa de Saúde São Mateus existe a valência de Terapia Ocupacional?

               Sim. Uma Terapeuta Ocupacional na Unidade de Convalescença e duas na Unidade de Pediatria.

Qual o papel da Terapeuta Ocupacional na Unidade de Convalescença?

A unidade de convalescença, inserida na rede nacional de cuidados continuados, é uma tipologia vocacionada para o período pós agudo, mas que ainda assim requeira cuidados de saúde e de reabilitação que não podem ser prestados no domicílio.

A Terapeuta Ocupacional integra-se nesta equipa de reabilitação, avaliando a necessidade da pessoa e as suas potencialidades para a autonomia e independência depois do internamento. O trabalho pode passar pelo treino de coisas tão simples como o comer ou tomar banho de forma autónoma, o trabalhar diversas competências para recuperar o papel de trabalhador, por exemplo.

A Terapeuta Ocupacional, foca o seu trabalho em competências por vezes esquecidas mas essenciais para a autonomia, tais como a motricidade fina, para o vestir e para a manipulação de diversos objetos que usamos no dia-a-dia, ou a sensibilidade tátil, em casos em que a perda pode ser tão significativa que coloca em risco a segurança da pessoa. A sugestão de estratégias compensatórias também faz parte da intervenção, com sugestões que podem facilitar a autonomia da pessoa e/ou simplificar a vida dos cuidadores, seja em que contexto for. Para tal, é importante a articulação com os familiares e o treino do uso de tecnologias de apoio antes da alta. Em suma, a intervenção da Terapia Ocupacional procura a reabilitação para a função, mas principalmente a satisfação da pessoa com o seu próprio desempenho perante as exigências do dia-a-dia.

E na Unidade de Pediatria? O que fazem as Terapeutas Ocupacionais?

              As Terapeutas Ocupacionais trabalham em articulação com os restantes membros da equipa, diretamente com a criança e sua família.

Quando há alterações ao nível da coordenação motora global, coordenação motora fina, ao nível das competências para a escrita, nas competências sociais, cognitivas,  alterações sensoriais e ao nível da maturidade emocional justifica-se o encaminhamento para avaliação pela Terapeuta Ocupacional.

“É sobretudo através do “brincar” que o Terapeuta Ocupacional avalia e intervém. Em paralelo pode utilizar instrumentos estandardizados para avaliar o desenvolvimento global, competências motoras, visuo-percetivas, grafo-motoras ou outras.”

A intervenção baseia-se no recurso a atividades significativas, que compreensivelmente passam pelo uso de materiais lúdicos, envolvimento em experiências sensoriais e motoras através do brincar, treino de atividades da vida diária (por exemplo: vestir/despir, apertar cordões, uso de talheres) para se alcançarem ganhos ao nível da participação da criança e também o sucesso no desempenho das suas ocupações com o seu potencial máximo, nos diferentes contextos onde está inserida (ex: casa, escola, parque infantil, entre outros).

 Poderá justificar-se a realização, por parte das Terapeutas, de avaliações em contexto para  que haja real conhecimento das necessidades, e assim ser possível a recomendação de estratégias, sejam elas  adaptações no meio, recurso a material adaptado e aconselhamento de produtos de apoio para aumentar e potenciar o desempenho da criança.

As Terapeutas Ocupacionais intervêm com base na abordagem de Integração Sensorial, quando as crianças manifestam dificuldades em se auto regularem perante os estímulos vindo do meio, sejam estes táteis,  auditivos, visuais, olfativos, gustativos, proprioceptivos e vestibulares (sensações de movimento e de equilíbrio).

Estas alterações no processamento sensorial refletem-se  muitas vezes em alterações no comportamento da criança (crianças impulsivas ou demasiado calmas), nos seus movimentos (ex: descoordenadas/ desajeitadas, caindo, tropeçando ou indo contra objetos/móveis frequentemente), nas suas aprendizagens (ex: dificuldade em concentrar-se, ouvir as instruções do professor ou manter-se sentada), na sua autonomia e na relação com os outros (ex: mais agressivas ou passivas).

Em ambos os serviços, importa referir que o trabalho da Terapia Ocupacional ocorre em sintonia com toda a equipa multidisciplinar, preocupada em motivar e optimizar a intervenção para cada cliente. Em todas as situações,  é de ressaltar, para além dos défices, as potencialidades da pessoa, sendo o papel de qualquer Terapeuta ocupacional o de ” Aumentar a participação do indivíduo numa ocupação significativa”.

Unidade de Pediatria
Unidade de Pediatria

Terapeuta Patrícia Teixeira; Terapeuta Ana Lúcia Ferreira

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Terapeuta Rita Sousa