O Dia Nacional do Não Fumador celebra o combate aquela que é a principal causa de morte evitável no mundo e também congratula todos aqueles que tomaram a acertada e prudente decisão de suspender por completo esse hábito possivelmente fatal.

Antes de falar sobre o hábito tabágico como um comportamento, é essencial compreender e conhecer o produto que origina essa dependência. O tabaco consiste num aglomerado de substâncias compactadas num cigarro, que o indivíduo consome por meio inalatório. Neste conjunto de substâncias estão presentes maioritariamente compostos que, cada um de forma diferente, prejudicam a saúde do seu consumidor, entre eles nicotina, monóxido de carbono, alcatrão, substâncias radioativas como Polónio e metais pesados como Níquel ou Chumbo.

Desengane-se quem pensa que o tabaco prejudica apenas a saúde respiratória pois é responsável, a médio prazo, pelo desenvolvimento de diversas complicações um pouco por todo o organismo e pelo agravar do quadro clínico do paciente quando associado a outras patologias. Doenças cancerígenas, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), doença cardiovascular, doenças advindas da desregulação hormonal, doenças gastrointestinais, agravamento da asma e maior propensão para desenvolvimento de pneumonias são exemplos de patologias que se manifestam ou agravam com o consumo de tabaco por tempo prolongado.

No que respeita à população fumadora, um estudo realizado sobre o consumo de tabaco a nível nacional em 2019 estimou que existam em Portugal pouco mais de um milhão e meio de fumadores, sendo a faixa etária dos 25 aos 34 anos onde existe maior prevalência deste hábito, seguida da faixa etária dos 35 aos 44 anos.

Relativamente à mortalidade associada ao tabagismo estima-se que, também em 2019, tenham perdido a vida mais de treze mil pessoas por doenças associadas ao mesmo, sendo a faixa etária dos 50 aos 64 anos a mais fustigada. A nível mundial, também no ano de 2019, o tabaco foi responsável pela morte de 7,7 milhões de pessoas. É ainda importante salientar que o tabaco não prejudica apenas o consumidor, mas sim quem é exposto aos fumos por ele produzido, mesmo que não consuma, sendo estes indivíduos denominados como fumadores passivos. Estes indivíduos têm maior risco de desenvolver doenças semelhantes a fumadores como cancro (cerca de 20% a 30% superior). Sendo as crianças muitas vezes expostas de forma involuntária pelos seus familiares e pessoas próximas a estes fumos, acabam muitas vezes por desenvolver alterações no seu organismo derivadas dessa exposição. Um estudo chega a indicar que 27% das crianças são expostas a estes fumos quando se encontram em casa e 25% dentro dos veículos de transporte.

Por fim, é essencial realçar a importância de se evitar ao máximo o início do consumo tabágico e, no caso dos fumadores, de se iniciar o processo de cessação tabágica, pois no que respeita à relação entre tempo de exposição e complicações a posteriori associadas ao consumo de tabaco, quanto mais cedo se inicia o processo de cessação melhor é o prognóstico.

A Casa de Saúde São Mateus Hospital possui um corpo clínico especializado para avaliação e acompanhamento da saúde respiratória dos seus pacientes de forma a estudar cada um deles de forma personalizada e detalhada e garantir os melhores resultados nas terapêuticas posteriormente aplicadas, quando necessário.

Daniel Pedroso

Técnico de Cardiopneumologia – Provas Funcionais Respiratórias

Unidade de Pneumologia CSSMH