Dor de origem músculo-esquelética
Um entrave à qualidade de vida
A dor é muito mais que um sintoma físico pois tem uma componente emocional e depende de um complexo processo em que intervêm, para além da patologia subjacente, experiências anteriores, valores culturais e sociais. A dor músculo-esquelética crónica é responsável por um elevado número de consultas médicas, justificando elevado consumo de recursos económicos, levando a incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida. A dor pode ser classificada como aguda, quando tem duração inferior a 3 meses ou crónica, quando tem duração superior a 3 meses. Dentro desde último subgrupo podemos considerar dor nociceptiva (por excesso de estimulação nociceptiva ou dano tecidular) ou neuropática (por lesão do sistema nervoso central ou periférico). Estima-se que cerca de 19% dos adultos europeus sofram de dor crónica, sendo que 40% consideram ter um tratamento inadequado da sua dor. A osteoartrose é a principal causa de dor crónica músculo-esquelética. Outras causas muito comuns de dor crónica músculo-esquelética são afecções musculares, tendinites, roturas tendinosas, calcificações e dores de origem axial (coluna) por patologia discal ou radicular.
O tratamento da dor crónica de causa osteoarticular ou músculo-esquelética passa essencialmente, e em primeira linha, pela cuidadosa avaliação médica para a identificação cabal da sua causa e pelo diagnóstico médico da efectiva condição patológica que a origina. O tratamento medicamentoso indiscriminado da dor crónica, sem que seja adequadamente determinada a causa subjacente, resultará numa ineficácia no seu efectivo tratamento e num risco de utilização de abordagens terapêuticas menos adequadas. Como parte essencial e complementar no tratamento de diversas condições que originam dor crónica músculo-esquelética, poderão e deverão ser consideradas outras abordagens para além da terapêutica medicamentosa como fisioterapia, osteopatia, acupuntura, psicoterapia e exercício físico adequado e adaptado ao caso concreto. Esta abordagem holística, conjugando terapêuticas medicamentosas e não medicamentosas e potenciando a sinergia de ambas, será essencial para a resolução da situação e melhoria cabal da condição de saúde. Compete ao médico em articulação com o seu doente a definição do adequado plano para cada caso concreto. A monitorização médica apertada deste plano e a sua constante adaptação face à resposta verificada será essencial ao sucesso terapêutico.
Dr. Paulo Monteiro
Médico Especialista e Consultor em Reumatologia
Clínica de Reumatologia – Casa de Saúde S. Mateus, Hospital
Coordenador da Unidade de Reumatologia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE
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