Família o ano inteiro
Conselhos da pedopsiquiatria
Estamos com o Natal à porta. E é inevitável sermos inundados de publicidade pelos vários meios de comunicação social: “Temos tudo para o seu Natal!”, “O Natal perfeito é aqui…”, “60% de desconto em brinquedos!…”, etc, etc. Promoções, Black Friday’s, apelo ao consumo e uma mensagem clara de apoio à reunião familiar e à solidariedade.
Apesar de algumas iniciativas meritórias, a verdade é que na nossa mente se instalam ideias irrealistas de que na noite de 24 de dezembro, como que por magia, tudo o que somos e fazemos no ano inteiro desaparece. E não é verdade. As famílias continuam a ser aquilo que são e estes momentos de festas e de reunião familiar acabam muito vezes por ser dias difíceis. Por várias razões. Doença de algum familiar, luto, conflitos, ausência por emigração, discussões em torno de com que progenitor passa a criança o Natal, familiares que não se falam, solidão, desemprego, internamento, etc… Esta não é uma época de milagres relacionais ou de ausência de dificuldades. As relações que contruímos ao longo do ano vão estar todas ali na mesa da Consoada. E haverá paz nas famílias se essa for construída ao longo do ano. E as crianças estarão adequadas, sem birras por quererem abrir os presentes todos e partilharão os brinquedos, se durante o ano tivermos feito o nosso papel de educadores.
Por vezes, a desilusão e o cansaço que sentimos depois destas festas anula completamente o descanso e a tranquilidade que nos poderiam dar. É bom não termos expectativas irrealistas e não desejarmos o Natal “perfeito” dos filmes. Temos a família que temos, com as suas dificuldades e os seus pontos fortes. Invistamos nela o ano inteiro, aproveitando esta época para reforçar esse esforço de união e alegria. O Natal é uma boa oportunidade para refletir na nossa família, no caminho que queremos para ela e uma ótima ocasião para estabelecermos propósitos relacionais que nos levem a ser melhores pais, melhores irmãos, melhores filhos, melhores amigos e melhores colegas. Estes são os melhores presentes que podemos dar.
Um feliz Natal a todas as famílias não perfeitas!
Drª. Cátia Almeida
Pedopsiquiatra na Casa de Sáude São Mateus Hospital
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